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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Karine Soares Rios - Melissa Malard - 6C


Imitação e desenvolvimento inicial: evidências empíricas,
Explicações e implicações teóricas
Maria Lucia Seidl de Moura
Adriana F. P. Ribas
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Imitação, Desenvolvimento inicial, Evidências empíricas

O estudo da imitação em crianças está presente em diversas abordagens, das quais, em psicologia do desenvolvimento, a mais conhecida talvez seja a piagetiana (Piaget, 1964/1978; Piaget & Inhelder, 1993). Nela é atribuído a este processo papel fundamental na construção da representação, da função semiótica, envolvendo a diferenciação entre significantes e significados. Para Piaget, a imitação, em contraste com a brincadeira (jogo), assimilação quase pura, envolve o predomínio da acomodação. São processos complementares, que, como se sabe, estão envolvidos na construção do conhecimento por equilibração majorante, na relação dinâmica e dialética entre os dois invariantes funcionais de adaptação e organização. A imitação, como os demais processos cognitivos, não é inata para Piaget, e, ela mesma, sofre um processo de transformações, a partir da ação do sujeito sobre os objetos do meio, durante os seis estágios do período sensório-motor. Só ao final deste último a ação se torna interiorizada, é dublada pela representação ou se “reapresenta internamente”, e a criança adquire a possibilidade de imitar eventos sem a presença do modelo. No início a imitação é apenas um prolongamento da ação, envolve o que a criança já possui em seu repertório e, no caso de movimentos, inclui aqueles que ela pode se ver fazendo. Vygotsky (1984) também atribui importância à imitação, mas por outras razões. Diferentemente de Piaget, para quem a aprendizagem, em seu sentido restrito, não é fator constitutivo do desenvolvimento, Vygotsky apresenta a hipótese de que uma intensa e dinâmica relação de influência recíproca entre esses dois processos. A aprendizagem precede temporalmente o desenvolvimento, que consiste na interiorização progressiva de instrumentos mediadores e se inicia sempre no exterior, na Zona de Desenvolvimento Proximal. É na interação com outros, principalmente em relações assimétricas com outros mais competentes, que se estabelecem as Zonas de Desenvolvimento Proximal e se desenvolvem as funções mentais superiores. A imitação, à qual Vygotsky atribui um papel nos processos interpessoais através dos quais são internalizados mediadores pelos sujeitos, deve ser compreendida nesse cenário conceitual, que inclui as noções de mediação, de origem sociocultural das funções mentais superiores e de um enfoque genético.






https://www.youtube.com/watch?v=DxB1Wo7Vtco

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